Islamismo

Jihad: Esforço ou Guerra Santa?

Por Matt Slick– Tradução David Brito

Entre a maioria dos ocidentais, o termo “Jihad” (“luta” em árabe), muitas vezes traz imagens de terroristas muçulmanos matando pessoas que não concordam com eles.

Jihad é uma palavra carregada de emoções que é anunciada pela mídia ocidental em descrições de atividades do Oriente Médio.

As pessoas não precisam esperar muito tempo para ouvir o termo usado durante o noticiário da noite e ver os efeitos das lutas islâmicas atuais em imagens vívidas de destruição sendo transmitido para nossas televisões. Mas esta é uma justa avaliação da comunidade muçulmana como um todo?

Jihad tem sido interpretado pelos muçulmanos de diferentes maneiras.

A seita muçulmana dos Kharijites elevou Jihad a um dos Cinco Pilares do Islã – o que a torna em Seis Pilares.

Este tipo de crença é compartilhado pelos grupos extremistas muçulmanos que chamamos de terroristas. Eles usam o conceito de Jihad como uma justificativa para matar qualquer um que não é um muçulmano.

No entanto, as maiorias dos muçulmanos não concordam com esta posição extremista de alguns muçulmanos e advogam a paz. Estes muçulmanos veem o Jihad como uma luta espiritual contra o mal em um sentido metafórico.1

Para a maior parte, existe o Maior e o Menor Jihad.

O Maior Jihad é a luta espiritual interna do muçulmano em direção submissão a Alá.

A Jihad menor é Guerra Santa contra os não muçulmanos com base no princípio da crença. É este último que tem causado a maior preocupação entre os ocidentais. Esta preocupação é justificada? Muitos pensam assim.

O académico islâmico Jamal Badawi, presidente da Fundação Islâmica em Halifax, insiste que a jihad “é permitido apenas em legítima defesa ou contra a tirania e a opressão, não como uma ferramenta para promover o Islã.” Mas, os especialistas acrescentam que os antigos impérios islâmicos foram construídos tanto pela força, como pela persuasão.

O fundador do Islã, Maomé, com frequência usou a força e a ameaça para unificar as tribos nômades da península Arábica.

Os califas, que sucederam a Maomé como líderes do mundo árabe, com sucesso pegaram em armas contra o Império Bizantino cristão no Egito e na Terra Santa. Até o final do século IX, os exércitos árabes tinham estendido o poder islâmico da Espanha para as fronteiras da Índia .2

Qualquer um que tenha estudado a história islâmica certamente deve perceber a frequência com que os muçulmanos estavam envolvidos em batalha após batalha. Dentro de 200 anos após a sua criação, o Islã se espalhou por uma grande área geográfica, e muitas conversões foram feitas pela espada.

O que o alcorão diz sobre o Jihad?

O Alcorão é a mais importante autoridade em todo o Islã. É a escritura que segundo eles, foi dada por Deus através do anjo Gabriel.

O Alcorão ensina Jihad?

Absolutamente sim.

Como você verá nas seguintes citações do Alcorão, Guerra Santa não é apenas ensinado, mas definitivamente incentivada.

1. “Em verdade, Deus aprecia aqueles que combatem, em fileiras, por Sua causa, como se fossem uma sólida muralha” (Surata 61:4).

Combatei, pela causa de Deus, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos. Porém, se desistirem, sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo. E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Deus. Porém, se desistirem, não haverá mais hostilidades, senão contra os iníquos” (Surata 2:190-193).

Ó fiéis, que sucedeu quando vos foi dito para partirdes para o combate pela causa de Deus, e vós ficastes apegados à terra? Acaso, preferíeis a vida terrena à outra? Que ínfimos são os gozos deste mundo, comparados com os do outro! Se não marchardes (para o combate), Ele vos castigará dolorosamente, suplantar-vos-á por outro povo, e em nada podereis prejudicá-Lo, porque Deus é Onipotente (Surata 9:38-39).

2. Veja também as suratas 4:74-76; 61:10-12.

O que o Hadith diz sobre o Jihad?

O Hadith são as palavras e ações registradas do profeta Maomé. Ele é o segundo em autoridade apenas para o Alcorão e é frequentemente utilizado para esclarecer as coisas não especificadas no Alcorão.

  1. O Profeta disse: “A pessoa que participa (Guerras Santas) pela causa de Deus e nada o obriga a fazê-lo, exceto a crença em Deus e Seus Apóstolos, serão recompensados por Deus, quer com uma recompensa, ou espólio (se ele sobrevive) ou serão admitidos ao Paraíso (se ele for morto na batalha como um mártir). Se eu não tivesse encontrado dificuldades com os meus seguidores, não ficara para trás nas batalhas e iria para a Jihad e eu teria gostado de ser martirizado pela causa de Deus e depois revivido, e em seguida, martirizado e, em seguida, revivido, e em seguida, novamente martirizado em Sua causa,” (Volume 1, Book 2, Number 35, Narrated Abu Huraira).
  2. “Deus do Apóstolo disse: “Um escravo piedoso recebe uma dupla recompensa.” Abu Huraira acrescentou: Por Ele em cujas mãos está minha alma, mas para a Jihad (ou seja, as batalhas sagradas), Hajj, é meu dever de servir a minha mãe, eu teria amado morrer como um escravo,” (Volume 3, Book 46, Number 724: Narrated Abu Huraira).
  3. “Deus do Apóstolo disse, “Alá garante (a pessoa que realiza Jihad na sua causa e nada o obrigou a sair, mas Jihad na sua causa e na crença em Sua Palavra) que Ele quer admiti-lo no Paraíso (martírio) ou devolvê-lo com recompensa e espólios que ele ganhou a sua residência de onde ele saiu,” (Volume 9, Book 93, Number 555: Narrated Abu Huraira).

Obviamente Maomé ensinou que a Guerra Santa era uma coisa aceitável e boa coisa a fazer. Para esclarecer, ele ainda afirmou que, se um muçulmano fosse morrer na batalha pela causa de Deus, que sua ida para o Paraíso estaria garantida.

Por que é importante compreender a posição Islâmica do Jihad?

As pessoas agem de acordo com suas crenças.

Se um grande grupo de pessoas acredita que a guerra contra os “infiéis” é uma coisa sagrada e que é uma coisa sancionada por Deus, então aqueles que não são muçulmanos devem estar preocupados.

É claro que, neste momento, a maioria dos muçulmanos pode me acusar de ser sensacionalista e estar usando alguns extremistas como exemplo e versos fora de contexto para causar uma má impressão a respeito do Islã.

Em primeiro lugar, deixe-me dizer que, de longe, a maioria dos muçulmanos que eu encontrei aqui  são educados e amantes da paz.

Em segundo lugar, em outras partes do mundo, o Jihad é levado ao extremo não apenas por terroristas mas pelos governantes islâmicos.

No Egito, um país muçulmano, os cristãos foram perseguidos fortemente por sua fé e só recentemente as coisas estão começando a mudar. 3

O Bispo Católico Romano John Joseph do Paquistão atirou em si mesmo em 6 de Maio para chamar a atenção para o caso de Ayub Massih, um cristão condenado à morte por supostamente fazer comentários blasfemos contra o Profeta Maomé e, portanto, contra o Islã. Em uma carta enviada a um jornal local pouco antes de sua morte, o bispo declarou que esperava que seu suicídio incentivaria seus colegas bispos e outros para trabalhar para a revogação das seções 295 B do Código Paquistão Penal (PPC), que faz qualquer blasfêmia contra o Islã um crime grave e blasfêmia contra Maomé punível com a morte.”4

  1. “Farag Foda, um intelectual egípcio que expressa desprezo pelo programa islamita, foi baleado e morto. E Naguib Mahfouz, o idoso e ganhador do Prêmio Nobel da literatura, ficou gravemente ferido no Cairo, quando um assaltante o esfaqueou no pescoço, presumivelmente para vingar um romance alegórico escrito décadas atrás.”5
  2. “Centenas de milhares de muçulmanos reunidos em Jacarta declararam uma guerra santa contra os cristãos indonésios pouco depois do amanhecer de sexta-feira para vingar as mortes de muçulmanos em confrontos religiosos nas Ilhas Molucas (as Ilhas das Especiarias). Reunidos no centro de Jacarta, os muçulmanos gritaram “Jihad (Guerra Santa)! Jihad!” A maioria das pessoas lá reunidas usavam vestes brancas e lenços brancos marcados com citações do Alcorão sobre a “Guerra Santa”. “É hora de fazer uma jihad contra os cristãos “, disse Husen al-Habsyi, um ex-prisioneiro político, que foi preso por planejar uma explosão no Templo budista de Borobudur no início de 1980. 6
Qualquer um pode fazer qualquer grupo ficar mal visto através de citações seletivas.

Cada grupo religioso tem elementos de sua história que deseja esquecer. Os muçulmanos poderiam citar as Cruzadas ou a Inquisição como exemplos de “comportamento cristão.” Em resposta, as Cruzadas, certas ou erradas, foi uma retaliação contra a Jihad islâmica que estava varrendo a Europa.

A Inquisição, por outro lado, é um exemplo perfeito do que acontece quando um grupo religioso (Igreja Católica Romana) fica no poder e tenta erradicar os hereges e blasfemadores. O Islã não é diferente.

O Paquistão, país regido por leis islâmicas tem leis anti blasfêmia, onde a punição por ter falado blasfêmia contra Maomé e/ou o Alcorão é a morte.

Assim como o Sudão que já matou, e ainda está matando, milhões de pessoas, principalmente os cristãos, em seu próprio país, além de tornar muitos deles escravos. São estes tipos de acontecimentos que não podem e não devem ser ignorados. Muçulmanos e cristãos igualmente, devem estar muito preocupados.

Eu não sei se outros países islâmicos estão condenando as ações destas nações islâmicas que violam tão facilmente os direitos humanos.

Eu não sei se os muçulmanos aqui no Brasil sequer estão conscientes dos problemas acontecendo dentro de suas diversas nações.

Mas, quando um livro sagrado como o Alcorão advoga Guerra Santa, quando os próprios ditos e feitos do seu amado Profeta Maomé defendem a Jihad, e quando vemos algumas nações islâmicas matando pessoas simplesmente por não serem muçulmanos, como podemos não nos preocupar com o que fariam se tivessem o controle do mundo que alias é seu objetivo?

No Brasil os muçulmanos gozam de liberdade de religião e de expressão. Tais liberdades são basicamente inexistentes para os cristãos em muitas nações islâmicas.

Isso está certo?

· 1.Stubbs, Sukhvinder, “The hooded hordes of prejudice: to typecast all Muslims as fanatical militants is unfair and offensive,” The New Stateman, LTD, Feb. 28, 1997.

· 2.Deacon, James and Diane Brady, “The will to fight–and die,” Maclean’s, vol. 104, issue 6, Feb. 11, 1991, p 39.

· 3.Saad, Michael, “A Christian Appeal to Islam. Treatment of Copts in Egypt,” The Christian Century, Feb. 23, 2000.

· 4.Toffolo, Cris E., “Christians in Pakistan Confront Charges of Blasphemy,” The Christian Century, July 29, 1998.

· 5.Daniel Pipes, The American Jewish Community, “How Dare You Defame Islam,” Nov, 1999.

· 6.Asian Political News, Jan 10, 2000.

 

 

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia